usina nuclear de tricastin frança 23 de junho de 2008
Assim como todo tipo de preconceito arraigado contra o “desconhecido” que ronda aí afora, o fantasma nuclear volta e meia faz um retorno triunfal para ocupar as manchetes. Desta vez, foi a explosão de um prédio na usina nuclear em Fukushima, seguido da explosão de histeria que a mídia tanto gosta de detonar, que veio ocupar as agências de notícia.
Por que, depois de mais de 50 anos da invenção e do uso seguro da energia nuclear como fonte de eletricidade, o preconceito com tal energia não tão convencional vem a ocupar o imaginário do cidadão desinformado, dando-lhe uma roupagem de destruição? Certamente as imagens de Hiroshima e Nagasaki queimadas sob o holocausto nuclear assombram o mundo ainda hoje, mas associar a energia nuclear ao seu suposto poder destrutivo quando usada como arma é como se negar a usar aviões a jato porque existem B-52 e Tu-160. Não é como se houvesse uma Chernobyl a cada esquina. Analisemos os fatos.
Comecemos por Fukushima. O terremoto no Japão paralisou o sistema de refrigeração de um dos reatores da usina, causando uma explosão provavelmente por superaquecimento da água pressurizada do segundo ciclo. Fato nº 1: não foi a usina que explodiu, foi um dos prédios de contenção do reator. Fato nº 2: não foi o combustível nuclear que causou a explosão, e sim a água pressurizada e superaquecida do primeiro ou segundo ciclo (veja a imagem dos três ciclos de um reator) que parou de ser resfriada. Fato nº 3: em geral, existem pelo menos 2 paredes de até 1 metro de espessura que suportam até impactos de avião separando o combustível nuclear do mundo externo. A explosão do prédio não significa dano catastrófico no reator.
Os três ciclos de um reator podem ser vistos na imagem abaixo, com as respectivas pressões e temperaturas máximas da água em cada circuito:
Veja este infográfico (só são mostrados 2 dos 3 ciclos do reator nesta imagem) sobre Fukushima.
Fukushima logo levantou a mídia mal feita da era