Urgência e emergência
O estudo objetivou compreender o trabalho em urgência e emergência na sua relação com a saúde das profissionais de enfermagem, atuantes em um serviço público de pronto-socorro. Trata-se de estudo de caso, qualitativo descritivo, realizado em um serviço público de Porto Alegre, RS. A coleta dos dados incluiu a análise de documentos da Instituição, a observação da dinâmica do serviço e a realização de entrevistas semiestruturadas com as profissionais de enfermagem. Os dados foram submetidos ao método de análise de conteúdo. Pôde-se compreender que a saúde das trabalhadoras é constituída a partir de dinâmica de trabalho, por vezes danosa, resultante de contexto organizacional que carrega marcas de sistema público de saúde com muitas lacunas, mas permitindo que o sentido do trabalho atue como elemento fundamental para a capacidade de se manter o equilíbrio e não adoecer diante das exigências do trabalho. DESCRITORES: saúde do trabalhador; condições de trabalho; satisfação no emprego; instituições de saúde; recursos humanos em saúde; enfermagem de urgência; ambiente de trabalho.
INTRODUÇÃO
Os serviços públicos de urgência e emergência* têm se caracterizado pela superlotação, ritmo acelerado e sobrecarga de trabalho para os profissionais da saúde. Estes aspectos, dentre tantos outros, estão implicados objetiva e subjetivamente na forma como é dada a dinâmica de trabalho nesse espaço e na maneira como os seres humanos sobrevivem a ela. Tendo isso em vista, desejou-se estudar a interface desse trabalho com a saúde das profissionais** de enfermagem, acreditando que o trabalho nunca é neutro em relação à saúde: favorece a saúde ou o adoecimento(1). A presente investigação vincula-se ao Programa de Pós-Graduação da Escola de Enfermagem da Universidade