Urbano rural
Os modos de vida urbana e rural são dois tipos de sociedade estreitamente interdependentes. Esta relação é determinada pelo duplo pressuposto da existência dum excedente agrícola e a possibilidade de trocar esse excedente. A realização desta permuta é determinada por um conjunto de fatores em duplo sentido, nomeadamente através do uso dos transportes e do comércio. Uma parte do produto do trabalho dos camponeses converte-se em mercadorias a escoar para o mercado, dando começo à prática duma produção mercantil monetária. O campo proporciona a alimentação e os homens da cidade fornecem as ferramentas, os artigos manufaturados e a tecnologia. Se a agricultura tornou possível o nascimento da cidade e condicionou a sua evolução, por sua vez, a cidade tornou-se essencial para facilitar as trocas ou a aplicação e manutenção de inovações técnicas. As relações entre a cidade e o campo ligam o desenvolvimento do fenômeno urbano ao excedente agrícola. É evidente a impossibilidade da existência de cidades sem agricultura.
A cidade aparece como centro de atividade duma classe artesanal organizada em corporações independentes e como centro de mercados internos e de trocas externas. A concentração na cidade dos ofícios e do comércio acentua a separação entre a cidade e o campo. Com o desenvolvimento das cidades, os seus habitantes começaram a distinguir-se dos do campo e a ter a sua organização própria. Desenvolvem sistemas administrativos, jurídicos e fiscais correspondentes à natureza das suas atividades. Tomam em suas mãos a função policial e a defesa dos ataques do exterior. Adquirem um estatuto privilegiado em relação ao dos habitantes do