Urbanismo e arquitetura românica
Geograficamente a arte que se chama românica desenvolve-se num arco que vai da Espanha a Polônia, compreendendo desde o sul da Itália ate a Grã-Bretanha e os países escandinavos. Historicamente corresponde à idade feudal e comunal. É também época de grandes contrastes entre a igreja e o império, mas a disputa não incide tanto sobre a origem carismática da autoridade quanto sobre a justificativa histórica do poder, sobre a aspiração da herança política, jurídica e cultural de Roma. O fundamento histórico e a finalidade comum explicam com a arte românica, mesmo conservando essencialmente uma unidade própria, desenvolve-se em diversos níveis, ora distinguindo, ora entrelaçando o elemento áulico e popular. [1]
Como em um cabide histórico podemos pendurar o período artístico românico em 1066, ano da invasão normanda à Inglaterra. O desembarque dos normandos a ilha trouxe consigo um estilo de construção desenvolvido que ganhara forma tanto na Normandia quanto em outras regiões e agora sobrepunha às poucas igrejas restantes do período anterior que podiam ser vistas no antigo território saxão ou mesmo em qualquer parte da Europa. [2]
Ela se constitui no dado contexto em que a Igreja, em um esforço para alcançar seus objetivos totalitários, realiza a consolidação final da cultura medieval, a qual se apresenta agora em uma plena unidade e individualismo. Há um florescimento intelectual (principalmente ligado a história da arquitetura eclesiástica, a uma idade de ouro na filosofia escolástica e, na França, a poesia heroica de inspiração religiosa), cujo financiamento se deve ao enorme crescimento dos bens que a Igreja detém, produto de grandes doações em benefício dos mosteiros. [3]
Depois do ano 1000, o primeiro imponente fenômeno da história social é o renascimento das cidades. Em meio à complexas causas sociais, políticas e religiosas acontece a configuração de um novo espaço urbano, que basicamente consiste no agrupamento de