Unidade prisional em cuiabá
Uma Geografia do Centro de Ressocialização de Cuiabá.
Guilherme Rosa de Almeida[1]
Profa. Drª. Cleusa Aparecida Gonçalves Pereira Zamparoni [2]
Dr. Cornélio Silvano Vilarinho Neto[3]
Resumo: O presente artigo estuda e questiona os espaços de privação de liberdade, em várias perspectivas: lugar, território e arquitetura; dimensões complementares que são fundamentais para entender o que existe por trás dos muros e mascaras. A geografia através dos conceitos, de espaço, lugar, território, produção do espaço, contribui para decifrar histórica-espacialmente como as prisões se relacionam com a cidade, criando espacialidades e mesmo em seu interior no cotidiano da vida prisional. As prisões são apresentadas aqui como instrumentos tecnológicos e ideológicos, que se produzem e reproduzem no espaço seguindo muitas de suas contradições. Estudaremos a localização, a arquitetura e os discursos que as fundamenta nestes espaços na medida em que nos ajudam a entender como reforçam as formas de produção espacial capitalista. Nosso intuito é provocar o debate, conhecermos mais destes espaços e pensarmos em estratégias de aproximação da sociedade com estes espaços de exclusão. Ao invés de mascarar os problemas que envolvem as prisões e os sujeitos ali depositados, através de um processo fragmentação e segregação socioespacial, queremos situar o sistema penitenciário em suas complexidades, encarando-o como instituição que não foge a uma análise material-histórica-dialética.
INTRODUÇÃO
“As prisões são muitas coisas ao mesmo tempo: instituições que representam o poder e a autoridade do Estado; arenas de conflito, negociação e resistência... Interessa-nos estudar as prisões pelo que elas dizem sobre si mesmas (...)e acerca das estruturas sociais que refletem, reproduzem e subvertem. ” (AGUIRRE,2009)
A violência, o crime e a reprodução destes são temas de máxima