Unidade beneficiadora
A agricultura é considerada o marco inicial do desenvolvimento da economia brasileira, pois foi na atividade agrícola que se enraizou a formação econômica do Brasil. Porém, a crise (oscilações de preços, protecionismo, etc.) que vem se abatendo sobre a agricultura está redefinindo processos e espaços de produção. Diante disso, novos processos de produção se organizam, ao mesmo tempo em que perfis dos produtores são redefinidos. As transformações sociais, principalmente aquelas que afetam o hábito de consumo da população, têm interferido de maneira intensa nas relações entre os vários segmentos das diversas cadeias produtivas. Neste sentido, as relações tendem a ampliar a interdependência e a especialização do setor produtivo rural, visando atender às exigências crescentes em quantidade (escala de produção) e qualidade intrínseca dos produtos. Os consumidores procuram, cada vez mais, atender às suas necessidades alimentares com uma dieta equilibrada, em que os hortifrútis entram como importantes fornecedores de vitaminas e minerais (VILELA, 2003). Dentre os argumentos mais freqüentes se discute mundialmente a segurança alimentar, em que o produto deve ser seguro para quem produz, consome e para o meio ambiente (SPERS, 2000). Dessa forma, o consumidor assume um papel decisório e ativo sobre a distribuição do produto e seu padrão de qualidade (JUNQUEIRA, 1999).
No mercado, nota-se uma tendência cada vez maior de perda de importância das Centrais de Abastecimento e o aumento de concentração no comércio varejista, com a intensificação de aquisições de pequenas e médias empresas do setor por grandes grupos nacionais e multinacionais. Essa tendência está bastante avançada em países mais ricos, como nos Estados Unidos e na Europa (JUNQUEIRA, 1999).
A concentração no setor varejista deve ser encarada pelo produtor como um novo desafio na gestão da comercialização de produtos hortifrútis. A mudança de negociação de atacadistas para varejistas não