UMA REFLEX O SOBRE O ENSINO DE CI NCIAS
UMA REFLEXÃO SOBRE O ENSINO DE CIÊNCIAS
NO NÍVEL FUNDAMENTAL DA EDUCAÇÃO
Guilherme Malafaia
Aline Sueli de Lima Rodrigues
INTRODUÇÃO
Houve um tempo em que a tarefa de educar era vista por seus protagonistas, tanto professores quanto alunos, como algo pleno de sentido. Isso não está tão distante a ponto de só ser lembrado pelos mais velhos ou pelos filhos daqueles apóstolos culturais. Ainda são muitos os que acreditam que assim é e continuará sendo. Estes são aqueles que vêem na educação o melhor e principal instrumento para ajudar as pessoas a se prepararem para uma vida plena, uma cidadania participativa, uma posição econômica digna e suficiente, uma convivência não-conflituosa e uma apreciação adequada da cultura e das relações sociais em constante processo de mudança. Contudo, proliferam – e às vezes, ruidosamente – os que asseguram que já não é assim. Ninguém proclama, é claro, que educar seja algo fracamente inútil, contraproducente ou errático, mas muitos insistem em atitudes meramente passivas diante do desafio de ensinar, as quais reunidas dariam como resultado esse diagnóstico. No que diz respeito ao ensino de Ciências, a maneira simplista e ingênua com que, não raro, o senso comum pedagógico trata as questões relativas à veiculação de conhecimento científico na escola e à sua apropriação
pela maioria dos estudantes, tem-se agravado no Brasil, onde só a partir da década de 1970 começou a ocorrer a democratização do acesso ao ensino fundamental público.
Todavia,
mudanças de direcionamento em vários aspectos do ensino de Ciências nas últimas cinco décadas foram percebidas. Nos objetivos de ensino, o trajeto apontado foi o da transmissão de informações às propostas que procuram relacionar ciência, tecnologia e sociedade. Nesse percurso, diferentes perspectivas foram sendo analisadas, aperfeiçoadas ou descartadas ao longo das décadas que separaram cada postura. O mesmo ocorreu com as metodologias propostas para o