Uma prova de amor

O filme “Uma prova de amor” aborda vários temas relevantes para serem refletidos em nossa sociedade. Com um contexto permeado de tristeza e conflitos, o filme nos leva a questionar que é de fato “ético” ou “anti-ético”, e o quanto negamos a morte e o morrer. Como esse “tema” é delicado para alguns, como as pessoas lidam de diversas maneiras com perda de um ente querido, como a negação, a fuga, a esperança estão presentes da vida de uns, enquanto na vida de outros a aceitação é mais simples e fácil.
Do ponto de vista ético, o filme aborda a questão da gravidez “programada”, e não somente desejada, mas com um objetivo para aquela vida que está para vir, além disso, uma vida geneticamente “criada” para que seja compatível, ou seja, criar um embrião em laboratório para não corra o risco de não ser compatível com aquele que precisa. Seria isso ético? Seria isso justo para aquele que virá ao mundo, para aquela criança que terá que passar por vários procedimentos médicos, sem o direito de escolha?
Aliás, o filme nos leva a pensar “a partir de qual idade os indivíduos são capazes de tomar decisões relacionadas ao seu corpo físico e mental?
E quanto à decisão dos pais acarretará na vida da criança e no seu futuro? Não seria uma “carga” muito grande para qualquer indivíduo nascer com essa “missão”? De salvar alguém?
Outro aspecto relevante do filme é o quanto as pessoas passam a se dedicar a algum aspecto específico da vida, depositando toda sua energia e dedicação, porém não percebem que outros aspectos (e pessoas) estão sendo negligenciados. A mãe, no filme, no intuito de salvar sua filha, consumida por sua luta, acaba negligenciando os dois outros filhos e o marido.
No decorrer do filme, é notória a dificuldade da mãe em aceitar a morte da filha e o quanto isso prejudica e dificulta o processo da adolescente que já estava em um estágio de aceitação, assim como toda a sua família. E como todo o sofrimento da mãe, a negação e a raiva diante da doença e da perda, trazia