uma historia
DARNTON, Robert - O massacre dos gatos. Sao Paulo: Companhia das
Letras, 1989.
Silvia Maria Tommasini*
O tipo de dominação ocidental, em expansão-crescente, nos tent imposto uma padronização de estilo de vida e de comportamento, necessários para o seu exercício. Esse avanço vem restringindo os espaços de experiências (enquanto ações dissonantes e transformadoras), e tornando a viabilidade das resistencias, dificil. Acredito ser essa a tendencia geral de nossa época, onde o elemento padronizador - a mercadoria fetiche - mercantiliza todas as atividades humanas.
Tomemos a nossa área profissional como exemplo. Pressupomos que a pertinência deste ou daquele tema ou objeto de pesquisa histórica deve ser dado por criterios estabelecidos pelo corpo de especialistas, contudo, alé que ponto poderemos resistir às determinações da indústria cultural, que tem o poder de nos impor temas e objetos de pesquisa, segundo o critério mercadológico?
Quanto mais sentirmos esta ameaça, mais nos voltamos para a produção historiográfica atual, que visa buscar justamente o que revela o outro, o heterogéneo, o múltiplo de possibilidades, e o singular das experiências.
Pois, para fazer frente a este avanço, trata-se, hoje. de tornar visível a diversidade de resistências e possibilidades de experiências dissonantes, engolfadas pela fala única do que foi memorizado como sendo "a" História, padronização generalizante de vivências. É nesse sentido que a historiografia do cotidiano aparece como uma historiografia de resistência ao processo de homogeneização cultural.
Na verdade, a busca do que e específico de determinado local histórico é uma prática inscrita na tradição historiográfica (1).
No final do século passado e início deste, por exemplo, o debate/embale na historiografia apontava para duas direções: - uma (L'Anglois/Seignobos), recomendava a acuidade de leitura das fontes para a revelação do