Uma escuta ética da psicologia ambiental
A Psicologia Ambiental estuda a pessoa em seu contexto, tendo como tema central as inter-relações, e não somente as relações entre a pessoa e o meio ambiente físico e social. É, portanto, uma disciplina que tem por objeto de estudo a compreensão dos processos psicossociais derivados das relações, interações e transações entre as pessoas, grupos sociais ou comunidades e seus entornos sócio físicos. Busca-se uma compreensão de processos sociais, possibilitando uma maior aproximação entre Psicologia Ambiental e Psicologia Social ou, até mesmo, Psicologia Comunitária.
Temos duas abordagens extremas na Psicologia Ambiental: uma experimental e outra que realiza uma análise sistemática da inter-relação pessoa-ambiente, sem privilégio de uma das partes isoladamente, pois se compreende que ambas fazem parte de um todo, um sistema.
Uma das abordagens da Psicologia Ambiental compreende pessoa e ambiente como aspectos de uma unidade holística de análise e não como partes ou elementos separados. Isto implica na não indiferença para com a diferença do outro da natureza ou do ambiente. Em outras palavras, significa respeitar a natureza sem subsumi-la no humano, o que significaria aniquilar a sua diferença irredutível. Em última instância, trata-se de uma responsabilidade pelo outro da natureza ou pelo outro como ambiente exterior a mim e, ao mesmo tempo, da responsabilidade pelos outros que habitam o mundo, ou que virão a habitá-lo.
Um conceito fundamental para a Psicologia Ambiental é a apropriação do espaço. Apropriar-se de um lugar não é só fazer dele uma utilização reconhecida, mas estabelecer uma relação com ele integrá-lo nas próprias vivências, enraizar-se e deixar a própria marca, organizá-lo e tornar-se ator de sua transformação.
Como se pode perceber, está implícito aqui a noção de que as pessoas deixam marcas suas e se apossam do espaço, tornando-o um lugar, formando com ele uma unidade, em que um reflete um pouco do