Resenha de livro
Capítulo 1 do livro: Revisitando as Psicologias – Da epistemologia à ética das práticas e discursos psicológicos.
Ao finalizar a leitura do capítulo me vi pensando se, poderia o psicólogo atuar sem recorrer ao dogmatismo ou ecletismo que surgem devido à fragmentação do conhecimento psicológico? Sob a ótica do autor existem “psicologias” e ele trata esta questão por diversos ângulos. Em primeiro lugar está a dificuldade de se lidar com esta fragmentação e a aparência de arquipélago conceitual e teórico que esta dispersão provoca. Primeiramente devemos lembrar que a clínica não existe sem a ética e a política, que é impossível ouvir o sujeito sem avaliar o contexto que o mesmo está inserido. Que o coletivo pode ter a sua particularidade sem que isto neutralize a singularidade desta particularidade, e que o mal estar que poderia surgir neste estado de dispersão levaria frequentemente ao dogmatismo e o ecletismo, como vias de defesa. No dogmatismo haveria um trancamento em suas crenças e na busca de um ideal de verdade absoluta, e todo pensamento totalitário sabemos ser deveras perverso, pois coloca a ética em contraponto com a moral, onde podemos considerar a moral sendo a cultura e seus costumes e a ética sendo a ação do sujeito nesta cultura. Que tal postura poderia impossibilitar entrar-se em contato com a alteridade, e consequente limitação da experiência. No contraponto teríamos o ecletismo, que seria adotar vários métodos de forma indiscriminada, o que levaria o profissional a um afastamento das teorias pela crença de que todas as teorias fariam parte de uma única unidade e que poderiam se complementar, levando-o aos limites do senso comum e da mesma forma que no dogmatismo a limitação da experiência. Segundo o autor a fim de evitar tal postura, existem apenas duas formas de manejo para esta dispersão no campo da psicologia.