INTERVENÇÃO NÃO FARMACOLÓGICA PARA O TRATAMENTO DA DOR TOTAL
A IMPORTÂNCIA DA ESCUTA PSICOLÓGICA NO CUIDADO DA DOR
Gessyka Pereira (Psicóloga)
E-mail: gesykapsy@gmail.com
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O fenômeno da dor crônica está presente na maioria das doenças, seja como manifestação direta ou como parte de seu processo diagnóstico e terapêutico. Em pacientes com doença em estágio avançado, fora de possibilidade terapêutica de cura, a prevalência de sintomas dolorosos é alta. Em câncer, a prevalência pode chegar a 90%, em Aids a dor está presente em mais de 50% dos pacientes na fase final de vida.
A dor é definida segundo a Associação Internacional para Estudos da Dor (IASP), como “uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a um dano real ou potencial dos tecidos, ou descrita em termos de tais lesões”. Desse modo, a dor compreende um fenômeno multicausal resultante da interação de condições físicas, psíquicas, ambientais e sócio-culturais e não apenas pela natureza ou intensidade do estímulo original.
Hoje tem-se um consenso quanto ao caráter subjetivo e multifatorial da dor, o que requer uma abordagem de tratamento especializada e multidisciplinar, de modo a identificar e resolver os problemas de comunicação e mensuração da dor e a ampliar os cuidados terapêuticos oferecidos ao paciente e suporte prestado à família e cuidadores, e à equipe de saúde.
Partindo dessa noção de dor enquanto experiência subjetiva e pessoal, tratar a dor ou qualquer doença que seja, significa, sobretudo, cuidar da pessoa que, através da linguagem (seja esta verbal ou não-verbal) pode expressar a percepção sobre a vivência da dor num processo contínuo de comunicação na relação com o outro que lhe oferece a escuta. Neste sentido se é verdade que a dor comporta significados simbólicos, estruturados numa linguagem, pode-se dizer que a dor sinaliza a necessidade de se fazer escutada.
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