Uma análise sociológica das personagens n’ O Cortiço de Aluísio Azevedo.

A busca de ascensão no mundo abandonado por deus: uma análise sociológica das personagens n’ O Cortiço de Aluísio Azevedo.

São Luís
2014

Sumário

1. Introdução. 4
2. A relevância das personagens em meio ao contexto social na obra. 5
3. O português dominador 7
4. O brasileiro e sua impossibilidade de ascensão 9
5. O homem visto como um animal. 10
6. Considerações finais. 11
7. Referências bibliográficas 12

1. Introdução.

Aluísio Azevedo é conhecido pela sua importância para a literatura brasileira no que diz respeito à escola naturalista. Nascido em 1857, em São Luís do Maranhão, Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo passou boa parte de sua vida no Rio de Janeiro. Durante sua vida literária, Aluísio publicou vários romances e, o mais conhecido e aclamado por meio de sua veia naturalista, é O Cortiço de 1890.
A trama d’O Cortiço se passa no Rio de Janeiro, ao contrário de sua outra obra O Mulato. Neste romance, por meio de um panorama do Brasil no fim do século XIX, Aluísio nós dá uma visão crítica da sociedade e suas relações entre os diferentes âmbitos das classes sociais das personagens, seus contrastes e atitudes por meio de uma visão naturalista e um narrador onisciente, que vê a ação “de cima”.
Seu estudo e observação dos detalhes são de uma precisão inconfundível em respeito às atitudes, e o caráter dos personagens das duas classes sociais a nós apresentadas na obra. É importante lembrarmos que não se encontra na obra uma mera denúncia de injustiça social entre as classes, e sim uma extrema insatisfação, podendo então se observar no brasileiro, o grande ressentimento pela exploração sofrida por meio do português, como observa Antonio Cândido: “n'O Cortiço há pouco sentimento de injustiça social e nenhum da exploração de classe, mas nacionalismo e xenofobia, ataque ao abuso do imigrante ‘que vem tirar o nosso sangue’” (CANDIDO, 2004, pg. 116). E isso denota que, embora