Uma análise sobre as teorias curriculares presente no filme “entre os muros da escola”
No filme francês “Entre os Muros da Escola” a função escolar se apresenta de maneira tradicional, ou seja, a instituição escolar pauta-se em reproduzir os ideais da elite francesa. O fato se explicita no momento em que o professor Marin ensina o “imperfeito do subjuntivo” e uma aluna questiona o uso no cotidiano, alegando haver falta de usualidade do tempo verbal pelas pessoas. Nesse sentido, devemos lembrar que,
[...] no passado, as escolas, em sua maioria, atendiam a alunos de classes sociais privilegiadas que dominavam a variedade de prestígio da língua e estavam inseridos em entornos microculturais caracterizados por práticas de letramento valorizadas socialmente. Escolas com essa configuração compunham grupos sociais cujos membros vivenciavam, de modo naturalizado, práticas de letramento marcadas por níveis expressivos de escolarização. Hoje, com a universalização do acesso à educação básica, muitas escolas atendem a alunos cujas variedades lingüísticas e práticas de letramento se distanciam daquelas valoradas e requeridas em espaços sociais caracterizados pela cultura escolarizada.[1]
No entanto, o professor Marin não demonstra que a linguagem é um marcador social, esclarece o que “imperfeito do subjuntivo” é um modo diferente de falar, mas foge das exemplificações e não diz em quais situações e com quais finalidades usá-lo.
Desse modo,
não nos parece mais possível a adoção de posturas que concebam a abordagem gramatical com fim em si mesma – quer isso se dê em nome de levar a ciência para a escola, quer se dê em nome de facultar aos alunos a apropriação de conhecimentos enciclopédicos sobre a língua como sistema[2].
A ação do docente mostra que os conhecimentos são totalmente desvinculados do cotidiano dos alunos. A escola apresenta-se tão