Uma análise comparativa entre "Édipo Rei" e "Círculo de Fogo"
Felipe Sant’Ana Pereira
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Uma análise comparativa de “Édipo Rei” e “Círculo de Fogo”
Prof. Jorge Montecinos
CSO1A
Guerra dentro de si: uma análise comparativa de “Édipo Rei” e “Círculo de Fogo”
Não é preciso ir muito longe para traçar paralelos entre o livro “Édipo Rei” e o filme “Círculo de Fogo”. No filme, por mais ênfase que se dê ao heroísmo e à importância individual de Vassili, logo fica claro que o atirador russo, assim como todos os outros militares, são somente miníscúlas partes constituintes de um acontecimento muito maior. A guerra até poderia ter sido outra não fosse a presença de cada um, mas teria acontecido, de qualquer jeito. No livro de Sófocles, a mesma temática é encontrada. Édipo, Jocasta e Laio têm, cada um, personalidades distintas, mas fazem, do mesmo modo, parte de uma história maior cujo controle lhes foge ao alcance. A trama dá a entender que não importa se os personagens agissem de outras formas, o destino, no final, se cumpriria inevitavelmente. Uma relação tipicamente edipiana permeia os conflitos que se desenrolam em “Círculo de Fogo”. Vassili se torna amigo de um político, Danilov, que acaba criando uma mística envolvendo a imagem do atirador e transformando-o em um herói nacional. Note bem: Danilov cria o “herói Vassili”. O tempo passa e Vassili se apaixona por uma soldado chamada Tania. Acontece que Danilov se apaixona pela mesma mulher. Forma-se, assim, um triângulo amoroso cuja estrutura remonta a estrutura da tríade de protagonistas de “Édipo Rei”. Na tragédia sofocliana, Édipo é “traído” pelo pai quando é abandonado, ainda bebê, mas acaba “vencendo-o”, pois mata-o e fica com sua mulher (mãe de Édipo). No filme, Vassili é “traído” pelo ciúme de Danilov (que pode ser interpretado como seu pai, afinal, foi ele quem concebeu a imagem do “herói Vassili”) mas acaba vencendo-o, pois fica com a mulher que gerou o impasse entre eles. Tanto o filme quanto o livro