Um poema à velhice
Quando os meus ombros se curvarem com o peso dos anos,
E precisar de ajuda para caminhar mesmo que lentamente,
Minhas palavras não fizerem sentido,
Ou as lembranças falhem a todo instante,
Ainda assim, continuarei mesmo que tropeçando,
Se em você encontrar o apoio que necessito,
Para querer continuar vivendo.
Não deixarei de ser mãe, filha, tia, ou qualquer título que possua.
Terei necessidade de ver em você, que não sou apenas um peso em sua vida.
Dê-me o que fazer, não tire de mim o que ainda consigo executar por demorar na tarefa.
Sentir-me útil é muito importante.
Se a escuridão tomar conta de meus olhos,
Lembre que os teus olhos serão os meus e ouvir a tua voz me fará muito bem.
Nunca me trate como criança ou esqueça de mim como se fosse um mero objeto.
Precisarei de ajuda, mas não faça tudo em meu lugar.
Que você possa me ajudar a sentir prazer em viver.
Que Cristo possa fazer parte de nossa vida
E que seja Natal, Ano Novo e Páscoa todos os dias.
Para que tenhamos sempre vontade de estar reunidos
Ainda que faltem aqueles que já se foram, pois a vida continua e que sintamos a necessidade de estarmos próximos e que tenhamos sempre uma desculpa para isso.
E quando chegar a minha vez de descansar no Senhor,
Vocês que aqui ficarem possam lembrar-se de mim, não com tristeza, mas com a certeza de que vivi e fiz o que pude para ser e fazer feliz. Irei em paz sabendo que fui amada, saibam que os amei também e desejo que todos fiquem em paz e que as vossas lembranças sejam as dos nossos melhores momentos.
Claudia Cerqueira.