Um olhar sobre o olhar
Cristiane Araújo dos Santos Aluna do Curso de Psicologia da Faculdade São Bento Mosteiro de São Bento
“Mas se não existo pelo ver, não estou implicado por ele nem à vida, nem à morte. Ver nos distancia da morte, olhar nos relaciona a ela.” (Márcia Tiburi)
1. INTRODUÇÃO
A escolha do presente tema deu-se em razão do interesse despertado a partir das abordagens e discussões em sala de aula sobre as múltiplas possibilidades do olhar e suas implicações nas inter-relações humanas. A partir de uma abordagem sistêmica sobre os processos de sensação e percepção, faremos uma reflexão sobre as diferenças entre ver e olhar e sobre a importância de reeducarmos nosso olhar/visão na atuação enquanto profissionais psicólogos.
Em nível biológico, a tarefa do sentido visual, como a de todos os sentidos, é a de receber a estimulação, convertê-la para sinais neuronais e enviar estas mensagens para o cérebro. Os processos perceptivos envolvem níveis superiores do córtex, que estão mais relacionados com o significado. Portanto, a percepção envolve mais do que recepção e processamento de sinais luminosos. É um conquista construtiva que resulta de unificação e tendências organizacionais do sistema visual.(Atkinson)
Em nível psicológico, as sensações são experiências associadas com estímulos simples e a percepção envolve a interpretação, a representação que se faz dos estímulos sensoriais.
Paim faz uso da definição de López Ibor sobre percepção, que a considera como “a apreensão de uma situação objetiva baseada em sensações, acompanhada de representações e frequentemente de juízos, num ato único, o qual somente pode ser decomposto por ser meio de