Um novo olhar sobre o conceito:crianças abandonadas
Jacyara Silva de Paiva Universidade Federal do Espírito Santo jacyara@superig.com.br Ruas Por que ruas tão largas Por que ruas tão retas? Meu passo torto foi regulado pelos becos tortos De onde venho. Não sei andar na vastidão simétrica Implacável Cidade grande é isso? Cidades são paisagens sinuosas De esconde esconde Em que as casas aparecem-desaparecem quando bem entendem e todo mundo acha normal. Aqui tudo é exposto evidente cintilante. Aqui obrigam-me a nascer de novo, desarmado. (Carlos Drummond de Andrade) A Educação Social possui vários campos práticos, inúmeras são as vivências do Educador Social, temos Educador social nos hospitais, no campo, trabalhando com meio ambiente, em abrigos, asilos, em prisões, na escola e também nas ruas, a diversidade de contextos educativos sociais desafia a cada dia o grupo de Pesquisa de Pedagogia Social no Brasil que tem trabalhado no sentido de produzir ciência através da Pedagogia Social. Nesse contexto proponho ao estudo das ruas o lugar do amparo coletivo. Como entende Espinheira que
[...] a rua sempre é coletiva. Nela, não há lugar para o privado. Na rua entretanto podem-se viver múltiplas identidades simultâneas, pode-se ser até simulacro. Nela se foge das “tiranias da intimidade” que fomulam, modelam, violentam. A rua é um amparo coletivo, o lugar dos desamparados (ESPINHEIRA, 1996).
Apesar de ser um espaço público, a sociedade insiste em privatizar as ruas, quando não permite que esta seja um espaço de todos, a miséria, o abandono são paisagens não aceitas pela sociedade. Para Crianças e Adolescentes que moram nas ruas essa, apesar
de toda violência a rua se estabelece como uma alternativa nem sempre pior que suas casas. A criminalidade faz parte do cotidiano das Crianças e Adolescentes que moram nas ruas, bem como dos educadores sociais que trabalham nesse espaço, a imagem de ingenuidade, de inocência, de criança e adolescente, nas ruas desaparece para ser