Um novo olhar sobre aprendizagem
Já o segundo capítulo que traz como tema uma nova visão sobre a aprendizagem nos revela que a metodologia embutida nas cartilhas de alfabetização contribui para o fracasso na escola. Isto significa dizer que é possível o professor ensinar uma coisa e o aluno aprender outra em função das crianças já terem passado por um repertório de palavras conhecidas e esse repertório dá sustentação à sua reflexão.
Além disso, é possível enxergar o que o aluno já sabe a partir do que ele produz e pensar no que fazer para que aprenda mais. Dessa maneira, para interpretar adequadamente o que está acontecendo com a aprendizagem do aluno, o professor precisa de um conhecimento que é produzido no território da ciência.
É preciso considerar também o conhecimento prévio do aprendiz e as contradições que ele enfrenta no processo. Como sabemos, é inerente à própria concepção de aprendizagem que se vá buscar o conhecimento prévio que o aprendiz tem sobre qualquer conteúdo.
Partindo desse princípio, o aprendiz é compreendido como alguém que sabe algumas coisas e que, diante de novas informações que para ele fazem algum sentido, realiza um esforço para assimilá-las e ao deparar-se com questões que a ele se colocam como problemas, depara-se também com a necessidade de superação.
Para aprender, a criança passa por um processo que não tem a lógica do conhecimento final, como é visto pelos adultos. Assim, é preciso aceitar a idéia de que nenhum conceito nasce com o sujeito ou é importado de fora, mas precisa ser construído, e que para isso o aprendiz passa por um processo que não tem a lógica do conhecimento final, já construído.
Começa com Piaget, a construção de um novo olhar sobre a aprendizagem. A inteligência para Piaget é o mecanismo de adaptação do organismo a uma situação nova e, como tal, implica a construção contínua de novas estruturas. Esta adaptação refere-se ao mundo exterior, como toda adaptação biológica. Desta forma, os