Um mergulho no feminino na obra “A hora da estrela” de Clarice Lispector
- A obra “A hora da estrela” de Clarice Lispector, tratou muito bem e detalhadamente da questão da ‘mulher’; do ‘feminino’; e seu desenvolvimento ao longo dos anos, tomando como referencial a personagem Macabéa (personagem fictício). Este trabalho científico realizado pela Jucilaine O. Mota da Universidade de Brasília em 2006, usa da visão de Clarisse Lispector em relação ao ‘feminino’, apontando a desigualdade entre os sexos desde o início dos tempos (Bíblia) até meados do século XX (Modernismo). Mesmo hoje é possível presenciar essa desigualdade e a personagem Macabéa vem como uma denúncia à violação dos direitos femininos, não só na ficção, mas também na sociedade brasileira.
Na obra Jucilaine desenvolveu sua pesquisa em 4 capítulos. No capítulo I, envolve o romance e personagem de ficção; Capítulo II, linguagem do feminino desde conceitos bíblicos até metade do século XX; Capítulo III, Modernismo Brasileiro e literatura de Clarisse Lispetor; Capítulo IV, Análise da obra em questão.
RESENHA
Capítulo I
Romance e a Personagem de ficção
A palavra romance apareceu pela primeira vez na Europa, durante a Idade Média. Segundo o escritor Salvatore D’Onofrio1 a palavra romance, é derivada da expressão latina romanice loqui “falar romântico”, falar por meio de dialetos populares que narravam histórias de amor e aventuras cavaleirescas, transmitidas oralmente. A literatura já não era restrita apenas a pessoas cultas, mas a classe média também por expressar suas lutas e seus desejos.
Chama-se romance de personagem a narrativa em que se dá referencia à caracterização do protagonista e de outros atores. Já o romance de espaço a narrativa é centrada na descrição de um ambiente. O gênero romanesco (romance) exerceu papel especial no século XX onde o romance alcançou seu apogeu. No XIX nasceu o romance – como hoje o entendemos. O romance impôs-se como a forma de arte mais rica, surpreendente e de extraordinária vitalidade ao longo de séculos.
O enredo