Um estudo dos determinantes de investimentos estrangeiros diretos no brasil para o período recente
Caroline Cipolla
Tainara Ribeiro Pereira
1. Introdução
A teoria macroeconômica deixa evidente que os investimentos totais de um país (obtidos com poupança) representam grande importância para o crescimento do produto[1]. Em particular, temos os investimentos estrangeiros (isto é, via poupança externa) que é para muitas nações, como para o caso do Brasil, uma fonte que apresenta ingressos volumosos e que se elevaram durante os últimos anos, como demonstra o gráfico 1 abaixo. Uma breve análise destes dados brutos mostra que a recente evolução não fora linear: o montante investido diretamente por países estrangeiros mais que triplica entre 1996 a 2000, mas logo em seguida se reduz, tendo um vale no ano de 2003 e retoma seu crescimento até 2008.
Gráfico 1
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Fonte: Banco Central do Brasil
Sendo o investimento uma variável bem mais sensível a choques e ciclos do que o consumo, por exemplo, parte desta volatilidade pode ser atribuída, como veremos adiante, aos aspectos macroeconômicos de cada período. Este trabalho pretende contribuir para um melhor entendimento de quais foram (e são) os fatores determinantes desta mudança, fazendo uma revisão da literatura que aponte os principais resultados encontrados para o recente período no Brasil.
Uma pré-condição para haver IED é a existência em potencial de vantagens líquidas a serem obtidas fora do país/região de origem. Este aparenta ser o caso do Brasil a partir de meados da década de 90, que após um período de fechamento da sua economia, fez reformas estruturais liberalizantes e presenciou também uma elevada liquidez internacional combinada com certa estagnação de países desenvolvidos, como aponta Lima Junior (2005), e tornaram não somente o Brasil, mas outros países em desenvolvimento atrativos para os investidores estrangeiros.
No entanto,