Um estudo detalhado sobre as fronteiras territoriais e humanas
MARTINS, José de Souza. Fronteira: a degradação do Outro nos confins do humano. São Paulo: Contexto, 2009 (187p.)
Um estudo detalhado sobre as fronteiras territoriais e humanas Gabriella Machado Nobre1
A fronteira é o objeto de pesquisa nos últimos trinta anos do autor José de Souza Martins. Sua pesquisa se desenvolveu em diferentes pontos da região amazônica, nos Estados de Mato Grosso, Rondônia, Amazonas, Acre, Pará, Maranhão e Tocantins. Em seu livro intitulado “Fronteira: a degradação do Outro nos confins do humano”, a fronteira representa um espaço altamente conflitivo, nas palavras de Martins “a fronteira é, na verdade, ponto limite de territórios que se redefinem continuamente, disputados de diferentes modos por diferentes grupos humanos.” ( p. 11). Analisa-se que a fronteira proporciona um campo de estudo extenso no qual é possível observar a formação, desorganização ou reprodução da sociedade. Os estudos sobre a fronteira almejam a compreensão da identidade nacional, ou seja, para entender a construção da sociedade é preciso entender como se deu a “ocupação” das fronteiras. É assim que figuras proeminentes e grupos sociais como posseiros, garimpeiros, indígenas, missionários, colonos e capitalistas fazem parte de sua pesquisa, sendo que alguns indivíduos são caracterizados pelo autor como vítimas, mas sem deixar de lado o aspecto trágico da situação da fronteira. É interessante argumentar que Martins não identifica a fronteira somente como limite entre dois pontos, mas sim como:
“Fronteira de muitas e diferentes coisas: fronteira da civilização [...] fronteira espacial, fronteira de culturas e visões de mundo, fronteira de etnias, fronteira da História e da