Um dom supremo
HENRY DRUMMOND
O DOM SUPREMO
Traduzido e adaptado livremente do sermão “The Greatest Thing in the World” por
PAULO COELHO
Edição especial da pagina www.paulocoelho.com.br, venda proibida
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Vês esta mulher? entrando em tua casa, não me deste água para os pés; esta, porém, regou meus pés com lágrimas e os enxugou com seus cabelos. Não me beijaste; ela, entretanto, desde que entrei não cessa de me beijar os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta com bálsamo ungiu meus pés. Por isso te digo: perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele há quem pouco se perdoa, pouco ama.
LUCAS, 7; 44-47
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No final do século passado, numa tarde fria de primavera, um grupo de homens e mulheres se reuniu para escutar o mais famoso pregador daquela época. Eram pessoas vindas de diversos lugares da Inglaterra, ansiosas para ouvir o que o homem tinha a dizer. Mas o pregador, depois de oito meses percorrendo diversos países do mundo num cansativo trabalho de evangelização, sentia-se vazio. Olhou a pequena platéia, ensaiou algumas frases, e terminou por desistir. O Espírito de Deus não o havia tocado naquela tarde. Triste, sem saber o que fazer, virou-se para um jovem missionário que estava entre os presentes. O rapaz havia regressado da África há pouco tempo, e talvez tivesse alguma coisa interessante para dizer. Pediu, então, que o rapaz o substituísse. As pessoas reunidas naquele jardim em Kent ficaram um pouco desapontadas.
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Ninguém sabia quem era o jovem missionário. Na verdade, ele nem era um missionário; havia recusado sua ordenação como ministro, porque não estava seguro de que aquela fosse sua verdadeira vocação.
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Procurando uma razão para viver, procurando a si mesmo, o rapaz havia passado dois anos no interior da África entusiasmado com o exemplo de pessoas que iam atrás de um ideal. As pessoas no jardim em Kent não gostaram da troca. Tinham vindo por causa de um