Um discurso sobre as Ciências na transição para uma ciência pós-moderna
SANTOS, Boaventura de Sousa. Um discurso sobre as Ciências na transição para uma ciência pós-moderna. Estudos avançados. [online]. vol.2, n.2, p. 46-71, 1988. Disponível http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext.... Acesso em: 01/10/2014
Nesta resenha, aborda-se e reflete-se acerca das discussões propostas por Boaventura de Souza Santos na obra “Um discurso sobre as ciências na transição para uma ciência pós-moderna”. O autor questiona a atual situação das ciências e as sombras que isso provoca. Voltando-se o olhar para o passado, é possível verificar que estamos chegando ao final do século XX, porém, em termos científicos, ainda vivemos no século XIX, e as grandes descobertas estão centradas nos teóricos que nasceram no século XVIII: “Adam Smith e Ricardo a Lavoisier e Darwin, de Marx e Durkheim a Max Weber e pareto, de Humboldt e Planck a Poincaré e Einstein”. Nesse sentido, a ciência tem muito a desenvolver-se e a amadurecer. Em relação ao futuro, ao mesmo tempo em que a tecnologia se desenvolve, há também possíveis consequências das ações inconsequentes do homem, como a falta da preservação ambiental e a eminência da guerra. Sobre o presente, o autor chama a atenção para a complexidade do momento, “um tempo de transição”.
Em seu discurso, Boaventura volta sua fala para as de Einstein e retoma a importância das perguntas simples para entender esse período de transição: perguntar como um despertar da criança dentro de cada um de nós. Assim, simplificamos esse processo. Enfatiza o espírito infantil de Jean Jacques Rousseau: “O progresso das ciências e das artes contribuirá para purificar ou para corromper os nossos costumes?” Tratou-se de um questionamento simples, mas de grande profundidade. Nessa perspectiva, ele questiona também a acessibilidade das ciências para tão poucos e o fosso do paradigma atual, abordado também pelo autor Alfredo Veiga Neto, em que a sociedade vive um momento não do “ser”, mas do “parecer”.
Em seguida, o