Rousseau
Boaventura de Sousa Santos
Generalizando, é possível observar que os últimos 30 anos significaram um progresso científico que ultrapassou todo o desenvolvimento nesta área, desde o século XVI. No entanto, e embora se reconheça que foram os avanços entre o século XVIII e XX que definiram a atualidade científica, o futuro demonstra imagens contraditórias na medida em que se verificam limites no rigor do método científico.
Teoria sinergética de Herman Haken: o sistema visual em que nos encontramos é altamente influenciado pela nossa percepção o que significa que, considerando a mesma imagem, podem verificar-se várias conclusões ambíguas e complexas.
Desta forma, é necessário voltar a ter capacidade para questionar de forma simples, como Rousseau fez em Discurso sobre as Ciências e as Artes, onde tenta avaliar o contributo da ciência na sociedade.
No século XVIII assistiu-se à transformação da ciência moderna num âmbito técnico e social sem precedentes. Por outras palavras, assistiu-se a uma fase de transição, onde se reflectiu acerca do impacto das ciências nos fundamentos da sociedade. Hoje, a atualidade é produto dessa nova ordem. No entanto, é hoje que também se questiona o conhecimento epistemológico, o que releva o facto de podermos estar numa nova fase de transição. Esta transição assenta no facto de já não fazer sentido distinguir as ciências naturais das ciências sociais.
O Paradigma Dominante/ Modelo de Racionalidade: inicia-se na revolução científica do século XVI e apenas se expande às ciências naturais emergentes no século XIX.
| |Ciências Naturais |Ciências sociais |
|É um modelo totalitário na medida em que |Racionalidade científica |Conhecimento não-científico/irracional |
|não aceita o carácter racional de todas | |