Um denominador comum no conhecimento antropológico das sociedades
Sistemas sincrónicos e diacrónicos na explicação dos fenómenos sociais das sociedades primitivas e contemporâneas. Na antropologia, o homem “próprio instrumento de observação” (Lévi-Strauss 1975:35).
Neste ensaio discute-se se o papel dos grupos sociais, no contexto das sociedades “primitivas” e contemporâneas são ou não continuidades lineares do passado e a relação da Antropologia e da História.
Entenda-se por sociedades primitivas ou exóticas as sociedades que representam os primórdios da civilização e consideradas arcaicas e que não são dotadas de escrita e de tecnologia. Com a evolução da escrita, da educação e tecnologia, temos hoje as sociedades “evoluídas”.
No contexto da antropologia será que podemos considerar estas duas sociedades distintas, que não se relacionam apenas porque não têm história? Contudo, algumas das sociedades primitivas resistiram até aos dias de hoje. Existem fatores culturais que determinam a sua estrutura e estabilidade. Porém, ao longo dos tempos, este tema tem sido controverso e existem várias correntes com posições contraditórias. Neste trabalho, defendo que a antropologia está relacionada com outras ciências, nomeadamente a história pois, para entendermos o presente, temos de conhecer o passado e que as sociedades “primitivas” têm características que nos podem ajudar a lidar com problemas com que nos deparamos atualmente. Segundo Lévi-Strauss, as sociedades exóticas tinham um modelo único, padrão da condição humana e, segundo este, estas sociedades são auto suficientes, as suas crenças, valores, condições geográficas e mesmo as superstições, fazem com que estas subsistam autonomicamente e integradas no meio ambiente.
Este equilíbrio traduz-se em estabilidade. “ (...) os progressos das pesquisas etnológicas convencem-nos cada vez mais que estas sociedades tidas por atrasadas, consideradas como «deixadas para trás» pela evolução, rejeitadas para