Ultilidade da filosofia
Vivemos num mundo que valoriza as aplicações imediatas do conhecimento. O senso comum aplaude a pesquisa científica que visa à cura do câncer ou da aids; a matemática no ensino médio seria importante por “cair” no vestibular e a formação técnica do advogado. Diante disso, não é raro que alguém indague: “Para que estudar filosofia se não vou precisar dela na minha vida profissional?”
De acordo com essa linha de pensamento, a filosofia seria realmente “inútil”, já que não serve para nenhuma alteração imediata de ordem prática pois ela busca outra dimensão da realidade além das necessidades imediatas nas quais o indivíduo encontra-se mergulhado: ao tornar-se capaz de superar a situação dada e repensar o pensamento e as ações que ele desencadeia, o indivíduo abre-se para a mudança.
Por isso mesmo, a filosofia pode ser “perigosa”, por exemplo, quando desestabiliza o Status Quo ao se confrontar com o poder.
É possivel definir a filosofia ?
O filósofo alemão Edmund Husserl diz que ele sabe oque é filosofia, ao mesmo tempo que não sabe. Istó é, a explicitação do que é a filosofia já é uma questão filosófica. E adverte que apenas os pensadores pouco exigentes se contentam com definições cabais.
A filosofia não está à margem do mundo, nem constitui uma doutrina, um saber acabado ou um conjunto de conhecimentos estabelecidos de uma vez por todas. Ao contrário, a filosofia pressupõe constante disponibilidade para a indagação. Por isso, Platão e Aristóteles disseram que a primeira virtude do filósofo é admirar-se, ser capaz de se surpreender com o óbvio e questionar as verdades dadas. Essa é a condição para problematizar, oque caracteriza a filosofia não como posse da verdade e sim como sua busca.
A experiência de um pensar permanente.
Mais que um saber, a filosofia é uma atitude diante da vida tanto no dia a dia como nas situações-limite, que exigem decisões cruciais. Por isso, no seu encontro com a tradição filosófica, é preferível não