Foraminíferos
Os foraminíferos têm sido amplamente utilizados como indicadores das variações ambientais recentes e pretéritas ocorridas no ambiente decorrentes de fatores abióticos. Entre suas aplicações, podem ser utilizados como bioindicadores de estresse ambiental, convindo como um modelo alternativo na caracterização e biomonitoramento de ambientes costeiros. Sendo assim, esse trabalho objetivou estudar a distribuição de foraminíferos bentônicos nas áreas rasas marginais da Lagoa da Conceição (Florianópolis, SC) e suas respostas às diferentes características oceanográficas a que estes compartimentos lagunares estão sujeitos. Os resultados obtidos revelaram condições hidroquímicas e biossedimentológicas diferenciadas entre as áreas amostrais e também entre as campanhas de coleta. Estas últimas conseqüentes, sobretudo, das fortes chuvas ocorridas em novembro de 2008 em Santa Catarina. Observouse maiores teores de nitrato e fosfato na campanha realizada logo após o término da temporada de verão, assim como também altas concentrações de coliformes fecais, sugerindo maior influência dos esgotos domésticos. Nos sedimentos predominaram a classe areia fina e baixos teores de matéria orgânica total (inferiores a 2%). As espécies dominantes na área de estudo foram Cribroelphidium excavatum, Ammonia tepida e Ammotium salsum. Testes estatísticos aplicados sobre a matriz abiótica e sobre os descritores ecológicos inferiram condições diferenciadas na área 2-Centrinho da Lagoa e na área 3- Araçás. No primeiro caso, foram observadas algumas respostas negativas nos descritores ecológicos (baixa densidade de indivíduos e maior porcentual de indivíduos malformados e sedimento fino), sugerindo condições de maior estresse ambiental conseqüentes do maior confinamento e do adensamento urbano. Já na segunda área, também urbanizada, mas sob maior influência das águas marinhas, as respostas foram positivas (teores ligeiramente maiores de matéria orgânica total levaram a alta densidade de