Tópicos sobre A Estrutura das Revoluções Científicas
Álvaro Pequeno da Silva∗
Não se banha nas mesmas águas do mesmo rio duas vezes.
(Heráclito de Éfeso, 540 – 470 a. C.)
Resumo
Neste trabalho, procura-se fazer um contacto com o livro de Kuhn (A estrutura das revoluções científicas), com a intenção de levantar alguns pontos tidos como importantes para se entender a sua teoria. Palavras-chave: método, mudança, paradigma.
Abstract
This article aims to get in touch with Kuhn’s book (The Structure of Scientific Revolutions).
The purpose of this reading is to identify some aspects which are taken under consideration as of great importance for his theory’s understanding.
Key words: method, change, paradigm.
A atração pelo novo, ou necessidade de inovar, provoca o surgimento de mudanças. As mudanças estão em todos os campos e fundamentam o progresso, a inovação e o desenvolvimento em todas as formas pelas quais se manifestam: sociais, tecnológicas, econômicas, científicas, morais.
A esse respeito, o historiador Hobsbawm, ao encerrar seu livro A era dos extremos, o breve século XX, afirma que vivemos num mundo conquistado, desenraizado e transformado pelo titânico processo econômico e tecnocientífico do desenvolvimento do capitalismo, e posiciona-se com clareza contra a continuidade ad infinitum desse processo:
O futuro não pode ser uma continuação do passado (...) Se a humanidade quer ter um futuro reconhecível, não pode ser pelo prolongamento do passado ou do presente (1999, p. 562).
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Mestre em Administração e doutorando em Ciências Sociais pela PUC-SP. Docente do
Departamento de Administração da PUC-SP.
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Fala-se, escreve-se freqüentemente sobre mudanças. E, ao discorrer sobre o tema, inevitavelmente afirma-se que um paradigma2 velho é substituído por um novo. Assim é que a História da Administração, desde o final do século XIX até os dias atuais, revela vários momentos cujos processos de