TÉCNICAS DE RECOLHA
Critérios teológico-pastorais
(texto preparado em ocasião das eleições de 1944)
Paulo Fernando Carneiro de Andrade
O ano de 1994 é particular ma história política de nossa República. Nele ocorrerão eleições simultâneas para a Presidência, para 2/3 do Senado, assim como para a renovação de toda a Câmara de Deputados Federais. Em nível Estadual serão eleitos os Governadores e Deputados Estaduais.
Trata-se de uma oportunidade de renovação da vida política administrativa e legislativa nacional sem precedentes nas últimas quatro décadas, devendo observar-se que a atual conjuntura da tomada de consciência do forte esquema de corrupção e imoralidade administrativa instalados no país e das graves questões éticas aí implicadas a tornam ainda mais singular. Se de um lado pode ser notada uma decepção com os políticos e sua capacidade de promover o bem público que pode levar a um afastamento das eleições conduzindo à abstenção, ao voto nulo ou em branco, de outro esta mesma frustração pode promover uma escolha mais consciente, com o fortalecimento da cidadania.
A singularidade destas eleições coloca um grande desafio para os cristãos, podendo ter a Igreja Católica grande influência na motivação de uma renovação política que possibilite as transformações necessárias no país. Deve-se, porém, aqui fazer uma observação de fundo: adquirimos na Igreja latino-americana, de modo especial na Igreja do Brasil, uma consciência relativamente forte não só da oportunidade, mas até mesmo da necessidade do engajamento político cristão, decorrente de sua fé. Esta consciência, entretanto, só é clara quando se trata da política co sentido amplo, abrangente; quando se trata da ação político partidária temos grande dificuldade. Devemos, neste contexto, recordar uma distinção freqüentemente repetida nos meios eclesiais entre política com “p maiúsculo” (designando política em sentido amplo) e aquela com “p minúsculo” (política partidária). Esta