New York Movie, análise
Métodos e Técnicas de Investigação
Prof. Auxiliar Convidada Fernanda Maio
New York Movie, 1939, Edward Hopper
Edward Hopper (1882-1967) foi um ilustrador, artista gráfico e pintor realista norte-americano, muito influenciado pela cultura francesa, especialmente pelo impressionismo. As suas obras incidem significativamente sobre os temas da solidão, do isolamento e da introspecção, situados em espaços aos quais normalmente não são associados (hotéis, motéis, comboios, auto-estradas, restaurantes, teatros, cinemas e escritórios). O seu grafismo característico (“linhas finas e cuidadas, formas largas e a iluminação invulgar”, http://obviousmag.org, acedido a 4 de Novembro de 2014) reforça eficazmente os sentimentos (solidão, isolamento, introspecção) que pretendia provocar no absorvedor.
A pintura apresentada é um rectângulo horizontal que representa uma sala de cinema e o seu foyer. A obra está dividida verticalmente em duas partes desiguais. A da direita é o foyer da sala de cinema é a de maior destaque (apesar de não ser a maior e ocupando um terço da obra), não só dada a presença de uma figura feminina, mas também porque é a mais iluminada da composição e onde existe mais contraste entre cores (azul e amarelo). A da esquerda é a sala de cinema, apresenta mais elementos compositivos, no entanto tem pouca relevância dado que se encontra em média luz, em tons bastante escuros (castanho, preto, bordeaux) existindo pouco contraste entre as formas. No geral, existe um grande contraste entre claro-escuro: o foyer mais iluminado, a sala de cinema mais escura (o ecrã é a maior fonte de iluminação). No entanto, em cada um destes espaços existe também um grande contraste não só de iluminação, bem como de cores: no foyer existe uma grande oposição entre a roupa da figura feminina
(azul, cor fria) e toda a cor do espaço (amarelo e vermelho, cores quentes); na sala de cinema, há um contraste entre