turismo

Vida de Feirante

Há algum tempo eu frequento as feiras de Taguatinga e tive oportunidade de conhecer alguns feirantes. Em nossas breves conversas, ouvi queixas sobre o forte calor, sobre o difícil acesso à água potável e as dificuldades para obtê-la. Também que é necessário trazer água de casa, o que acrescenta peso extra e também mais volume para acondicionar nas barracas. E não apenas isso, há ainda a exposição aos desmandos da temperatura sempre que chove, porque os feirantes sofrem muito devido as barracas não oferecem suficiente segurança. Simplesmente cedem ao peso das águas da chuva e os transtornos são inimagináveis. Eles sonham com barracas que ofereçam segurança e lhes assegurem a tranqüilidade. Pois a apreensão começa logo que o tempo manda seu recado informando “que as águas estão descendo”.

Uma das coisas mais insanas, é que os feirantes precisam recorrer aos comerciantes estabelecidos no local e que abrem aos domingos, para fazer uso dos banheiros. Pois os banheiros químicos que deveriam estar sempre lá para servi-los, simplesmente não são instalados em todos os dias de feira. Assim sendo, ficam sem local para utilização do vaso sanitário e também para higienização das mãos. Acredito que a água potável poderia ser fornecida pela CAESB em filtros estrategicamente espalhados pela feira, a exemplo de como é feito em grandes eventos, bem como providenciar que os banheiros químicos estejam sempre lá, montados e operantes, em todos os dias de feira.

A feira é o termômetro de como está a satisfação popular em relação aos políticos. Pois em nossos dias, com a facilidade de informações oferecida pela internet e também a ampla abertura para adquirir-se educação escolar, os feirantes sabem muito bem que estão sendo deixados em segundo plano. A conseqüência é o descaso dos feirantes com relação aos políticos, simplesmente o reflexo da situação. Os políticos fazem pouco caso das necessidades dos feirantes e os feirantes fazem pouco caso dos políticos.