Uso da toxina botulínica no tratamento da bexiga hiperativa.
Introdução
A toxina botulínica (BTX) foi descrita pela primeira vez em 1897, quando houve o isolamento do Clostridium botulinum e suas exotoxinas. Desde então, esta toxina vem se tornando uma importante arma terapêutica.
Há sete tipos distintos de BTX: A, B, C, D, E, F e G. Sendo disponíveis para uso clínico os tipos A e B.
Ao ser injetada no músculo, esta toxina causa paralisia flácida, pois inibe a ação da acetilcolina nas junções colinérgicas pré-sinápticas.
A toxina é constituída de uma cadeia polipeptídica pesada que se liga a membrana das células neuronais , e uma cadeia polipeptídica leve que é a forma ativa da toxina e inibe a exocitose de sinaptossomos contendo acetilcolina.
A bexiga hiperativa é uma doença em que os pacientes apresentam-se com quadro clínico que é caracterizado pela presença de urgência, com ou sem incontinência e usualmente acompanhado de aumento da frequência urinária e noctúria. Por produzir esse bloqueio neuromuscular a toxina se mostra efetiva no tratamento dessa enfermidade.
Resposta Imune
O desenvolvimento de anticorpos contra a BTX e a resistência adquirida ao longo do tratamento foi observado em pacientes que recebiam as injeções para torcicolo.
O mesmo não foi relatado em estudos envolvendo doenças do trato urinário.
Uso clínico
Devido à sua efetividade, segurança e efeito transitório, esta toxina é usada em inúmeras doenças como blefaroespasmos, discinesias faciais, torcicolo espástico, hiperidrose, acalasia, fissura anal, espasmo do esfíncter anal e para tratamento de rugas faciais.
Como já foi citado ela é usada no tratamento da bexiga hiperativa.
A bexiga hiperativa, geralmente, é tratada de forma conservadora com terapia comportamental, biofeedback, neuromodulação e, principalmente, com drogas antimuscarínicas. Porém, estas medicações têm seu uso limitado pela eficácia moderada associada aos efeitos colaterais como boca seca,