turismo residencial
FACULDADE DE ECONOMIA
Mestrado em Sociologia – Mobilidade e Identidades
Unidade curricular: Turismo e Mudanças Culturais
Docente: Professor Doutor Figueiredo Santos
“Turismo Residencial – Modos de estar noutro lugar”
(Santos & Esperança, 2011)
Recensão capítulos IV e V
João Carlos Canelas Pereira
Julho de 2012
Nos últimos 30 ou 40 anos, o desenvolvimento de novas tecnologias de comunicação e informação tornou possível o contacto instantâneo entre pessoas e instituições. Trata-se de um fenómeno social de grande abrangência que está a mudar a forma como o mundo se nos apresenta e a maneira como olhamos para o mundo (Giddens, 2010). O nível de desenvolvimento tecnológico atingido nos transportes e comunicações “acelerou” o tempo de forma tal que, pela imensidão de factos que diariamente são dados a conhecer e passíveis de múltiplas análises, já nada se torna um acontecimento e o “Hoje” já é
História. Por outro lado, as constantes transformações espaciais, a mobilidade social e a troca de bens e serviços dão impressão de que o mundo “encolheu” (Augé, 2006). Neste processo de mundialização surgem novas experiências de mobilidade, como o neoresidencialismo, que não só questionam a visão clássica da espacialização turística, como amplificam o conceito de mobilidade, onde se podem fundir “diversas formas de turismo e de migração” (Santos & Esperança, 2011, p. 15)1. Nestas novas experiências de mobilidade, ou “modos de estar noutro lugar”, inclui-se o turismo residencial, com expressão significativa no Algarve, que, embora todos saibam o que é, poucos o conseguem explicar, até porque encerra em si um aparente paradoxo, dado que residir se associa a permanecer e fazer turismo se associa a deslocar-se.
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Ao longo do texto, todas as citações da obra “Turismo Residencial – modos de estar noutro lugar”, de
Santos e Esperança, 2011, serão assinaladas em itálico e somente com a identificação da página.
De