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Introdução

O contexto de sua filosofia
Nietzsche foi um pensador ímpar na história da filosofia, de modo que o século XX não seria o mesmo sem a sua notável influência. A magnitude das suas ideias provocou tamanho estrondo no mundo moderno que muitas delas ainda ecoam nas vozes de diversos intelectuais contemporâneos. Em essência ele foi alguém que criou conceitos, derrubou paradigmas e viveu intensamente o seu mundo. O notório contato com a cultura e a filosofia gregas deu-lhe uma visão ácida acerca da modernidade (O avanço científico, as revoluções industriais, sociais, intelectuais, e todos os acontecimentos fundamentais de meados do século XIX foram vivenciados pelo filósofo prussiano).

O caráter provocativo e profético de sua obra nos proporciona uma decida ao submundo da civilização humana, em que os valores mais elevados são destruídos a marteladas e em que os ídolos sucumbem perante o anúncio iminente da superação do homem pelo próprio homem. Nesse sentido, Nietzsche convida a humanidade a resgatar sua essência perdida e redefinir as metas de seu destino.

Vale ressaltar que as circunstâncias pessoais ao longo de sua vida modificaram profundamente a visão de sua própria existência. A convivência com Lou-Salomé, as dissidências intelectuais com Wagner e Schopenhauer, e principalmente o seu estado de saúde, o forçaram a enxergar o mundo de um modo diferente. As aparentes contradições entre as ideias de suas primeiras obras e as ideias de obras posteriores deixaram claro esse fato. Num primeiro momento, Nietzsche sofreu forte influência dos seus amigos da Universidade da Basiléia, tomando a noção de Vontade² de Schopenhauer e a proposta cultural³ de Wagner, como vigas mestras de “O Nascimento da Tragédia no Espírito da Música”. Alguns anos mais tarde, porém, quando da publicação de “Humano, demasiado Humano”, a sua percepção existencial mudou completamente. Ele abandonara a ideia de Vontade e, junto com ela, abandonara também a esperança de que o