Andar de carro pelas cidades nunca foi tão problemático, mas onde é que se anda sem sair do lugar? Já ouço reclamações no café, onde a TV ligada no noticiário matinal relata sobre a centopéia quilométrica de rodas e fumaça nas avenidas mais movimentadas. Querer chegar cedo no local desejado já passou de desejo para um sonho quase inalcançável, a agilidade deu lugar a lentidão, enquanto a facilidade ao estresse. Ao longo dos anos, vejo cidades diminuindo, mas não por estar se esvaziando, e sim por estarem transbordando, a cada dia novas pessoas, novas casas, novos automóveis, tudo aglomerado em um espaço, digamos, “limitado”. As famílias estão crescendo, o consumismo os acompanham, mas onde é que vai caber tudo isso? A falta de espaço dá lugar ao trânsito excessivo, uma solução seria a diminuição dos automóveis, ou até mesmo o uso dos meios de transportes públicos, aconselhável também o uso de bicicletas ou a pé, talvez assim um morador das grandes cidades, não precisará esperar de 30 minutos à 3 horas de deslocamento para chegar em suas escolas, faculdades e trabalho. Voltar para casa também se tornou uma guerra, o dia cansativo só implora por um momento de sossego, mas isso, apenas os que suportam a disputa de espaço são merecedores, são os que se espremem e fogem da aglomeração que serão os primeiros. Mas quem disse que é fácil? A cada dia está pior, a cada dia, aquela fuga nas manhãs e tardes está se tornando mais difícil, o jogo por espaço muda de nível, mas não podemos desistir, ainda há esperança que os carros sejam voadores, já que no céu, não há limites.