Tráfico de pessoas
A busca por melhores condições de vida em um mundo cada vez mais desigual, é o que faz com que milhares de pessoas abandonem suas vidas cotidianas e culturas e aventurem-se em terras alheias. Migrar e trabalhar, portanto, quando esses verbos se conjugam da pior forma possível, acontece, ainda hoje, o que de forma moderna chamamos de tráfico de seres humanos. Pela nossa história nem tanto recente, se nos reportarmos à época da escravatura, milhares de pessoas eram retiradas de seus lares pela força bruta, sem a menor intenção de esconder-lhes a verdadeira intenção, que visava unicamente e de forma explicita a escravidão para o trabalho braçal.
O tráfico de pessoas para exploração econômica é, portanto, um modelo antigo, adotado polos países dominantes (impérios) ainda nos primórdios do período colonial. A exploração com nítido viés sexual, penso, pelo que tenho estudado, é um movimento que remonta a um passado não tão longínquo assim. Creio que tenha aflorado e esteja mais relacionado com o modelo de desenvolvimento que o mundo contemporâneo adota. Esse modelo é baseado em um entendimento de competitividade, lucro rápido e fácil, que pressiona por uma redução constante nos custos do trabalho. No passado, os escravos eram capturados por grupos inimigos e vendidos como mercadoria. Hoje, a pobreza que torna populações socialmente vulneráveis garante oferta de mão-de-obra para o tráfico, ao passo que a demanda por essa força de trabalho sustenta o comércio de pessoas. Esse ciclo atrai intermediários, com a formação de redes cada vez mais sofisticadas e entrelaçadas, responsáveis por aliciar pessoas para serem exploradas sexualmente. As pessoas vitimas do tráfico humano passam da pobreza à escravidão. Pelo material estudo, milhares de seres humanos, ao