Tropicalismo - O Teatro Brasileiro
O Grupo Oficina tinha como objetivo superar os limites da criatividade do teatro da época. Surgiu em São Paulo, no início dos anos 60, com a direção de José Celso Martinez Corrêa. O Teatro Oficina vai constituir um novo caminho para a arte teatral brasileira.
O Oficina e Zé Celso inovaram com o experimentalismo, a investigação e a busca de novas linguagens para o teatro, e assim foram produzidas peças polêmicas como Na selva das cidades, Galileu Galilei, Os pequenos burgueses e Roda viva ( texto de Chico Buarque de Holanda).
“nosso ritual diário de comunhão com o público ainda vai ser percebido como ouro, uma coisa rara, e um luxo, pois o nosso teatro é apontado para o futuro, com ambição utópica de que arte como o futebol, seja o esporte das multidões.” (José Celso Martinez Corrêa)
O Rei da Vela
A Oficina se relaciona com o Tropicalismo em 1967 com a peça “O Rei da Vela”, texto do modernista Oswald de Andrade, ficou consagrada como um dos emblemas mais importantes da resistência cultural à ditadura militar. Sua montagem transformou-a num marco histórico do teatro brasileiro.
O texto radical de Oswald sobre as agruras e falcatruas de um capitalismo tupiniquim e o experimentalismo do espetáculo, misturava circo, deboche, sexo e pornografia, que fez o público sentir um fascínio e uma revolta ao inaugurar o chamado “teatro de agressão. Caetano Veloso, que havia acabado de compor a canção “Tropicália”, assistiu à peça e identificou-se imediatamente com o que vira, sentiu que algo novo viria no panorama artístico-cultural do Brasil. Era inaugurado o movimento tropicalista.
Na história satírica de “O Rei da Vela”, os eternos amantes medievais, Abelardo e Heloísa, são compõem um irônico painel da hipocrisia burguesa e dos vícios da classe rural decadente. Abelardo I é conhecido como o ‘Rei da Vela’ por produzir e comercializar velas.
Ele é um símbolo dos arrivistas sociais que se aproveitam de crises, como a da Bolsa de Valores de Nova