tropa de elite
VINICIUS CARLOS VIEIRA 10/10/2010 35
“Tropa de Elite 2”, como o numero ao lado do título diz, é uma continuação, não uma cópia ou uma repetição, mas sim o amadurecimento de uma idéia, de um personagem e, muito mais ainda, de uma situação. Por isso mesmo, se essa sequencia não é melhor que o primeiro, é inegavelmente, uma obra muito mais completa, complexa e madura.
Isso tudo, não só por fazer questão de se desprender de qualquer amarra ou fórmula (ainda que a estrutura seja bem semelhante, principalmente com um começo que vai ser revisitada tempos depois), mas principalmente por fazer o espectador colocar à prova tudo aquilo com que já estava acostumado. O que resulta em um fôlego enorme.
Na trama, depois de uma rebelião em Bangu I, o agora Tenente Coronel Nascimento se vê em uma encruzilhada, perdendo seu poder, seus amigos e sua família. O que ele não contava é que a opinião pública ficasse o seu favor, obrigando o governo, em uma manobra política, exonerá-lo do BOPE e colocá-lo em um cargo de inteligência da Secretaria de Segurança Pública.
De terno e gravata, Nascimento acaba descobrindo que, mesmo transformando o batalhão especial em uma máquina de guerra com capacidade de quase erradicar o tráfico no Rio de Janeiro, o inimigo, desde o começo, é outro (como o subtítulo diz). É aquele agente carcerário que faz vista grossa para a entrada de armas no começo do filme, as milícias que tomam o lugar do tráfico nos morros e, mais perigosos que todos, os políticos que só ficam por trás correndo em sua esteiras ou atendendo seus telefones em suas saunas. Tomando champagne na favela à procura de votos e pouco se lixando com uma ou duas vidas desperdiçadas, contanto que as urnas apontem para eles.
O mais importante disso tudo é, não só a coragem narrativa de José Padilha ao sacudir todas certezas do primeiro, mas sua inquietação. Sua vontade de encarar o problema de frente. Isso vem graças a um competentíssimo trabalho dele com Bráulio