Tropa de elite x foucault e agamben
Defesa e Gestão Estratégica Internacional
Bioética
TROPA DE ELITE X FOUCAULT E AGAMBEN
Podemos analisar o filme Tropa de elite por diversos prismas, desde sua distribuição, onde houve o problema com o lançamento do mesmo na versão pirata, até as suas consequências políticas, como a investigação sobre a presença de policiais militares de verdade atuando na película.
Mas, no campo da BIOÈTICA podemos claramente relacionar os conceitos abordados aos elaborados pelo filósofo Michel Foucault; quando vemos cenas de incursões aos morros cariocas, presentes no filme, lembramo-nos de quão necessário é “Vigiar e Punir”. Esse título de uma conhecida obra do autor e as teorias nele contidas são a base para a concepção de uma força policial, como é o BOPE, tema da obra.
“Vigiar e Punir” fala sobre a necessidade de garantir o cumprimento das leis do Estado, ou seja, garantir que o BIOPODER seja respeitado, sendo as forças polícias o instrumento de poder. Além disso, o fato de buscar a constante vigilância, a investigação e o estudo detalhado das regiões para, ai sim, fazer incursões na busca pelos meliantes objetivando prendê-los, ou seja, puni-los retrata o método foucaultiano de entender o Estado e suas políticas ou, segundo o autor, suas BIOPOLÍTICAS. No filme, o batalhão também é responsável pela punição, em pequena escala dos delitos.
Como essa não é uma atribuição legal do mesmo, estramos no conceito de ESTADO DE ESCESSÃO, proposto por Giorgio Agamben, onde o indivíduo perde os seus direitos, as suas garantias constitucionais, devido à uma situação anormal, fora da lei - no caso da obra, a anormalidade poderia ser ou tráfico de drogas e, para coibi-lo, todos os meios seriam utilizados, respeitando ou não os cidadãos, ou a corrupção policial, que também é punida pelos personagens, mas não de forma legal, mantendo-se no estado descrito por Agamben.
Tropa de Elite deve ser visto sempre com um olhar atento, uma vez que cada