triste fim de policarpo e quaresma
O Brasil precisa de mais Policarpos Quaresma. Na verdade, se cada um de nós possuísse apenas um décimo do amor de Quaresma pelo Brasil, nosso país seria outro. É claro que o patriotismo do personagem é extremo, quase caricato: ele quer mudar a língua oficial para tupi-guarani e trabalha de cocar, entre outras excentricidades. Mas a mensagem é belíssima.
O filme, baseado no livro Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, é uma farsa repleta de momentos hilários (como a seqüência do batalhão de loucos) e, também, líricos (como a cena em que Policarpo `faz amor` com a terra, sob a chuva). O universo criado pelo diretor Paulo Thiago não é o nosso nem o de 100 anos atrás. Aqui os personagens se comportam de uma maneira tão atípica que o espectador chega a ter a impressão de estar assistindo a um tele-teatro. Esse distanciamento da realidade contribui ainda mais para o impacto da história.
Para quem ainda não teve a oportunidade de ler o livro, a sinopse é a seguinte: Policarpo Quaresma é um homem completamente alucinado pela idéia de fazer do Brasil um país grandioso. Para conseguir esse objetivo, ele bola estratégias amalucadas, prega o retorno do tupi-guarani e insiste em redigir documentos oficiais (ele é funcionário público) nesta língua. Finalmente, ele é enviado a um hospício, onde acaba convencendo o médico responsável de que ninguém ali é louco. `A média dos medíocres não deveria ser a lei.`, passa a argumentar o próprio Dr. Mendonça.
A partir daí, Quaresma resolve se dedicar à agricultura, cedendo, inclusive, boa parte de sua propriedade a um grupo de `Sem-Terra` que lhe pedira auxílio. O filme ainda conta a Revolta da Armada,