Tripler
A escolarização acentuada que se observa actualmente é um sintoma radical de uma sociedade que transforma necessidades em mercadorias, conforme aponta Illich
(1973). Um forte indicador disso é a ideia de que quanto maior for o tempo de escolarização, melhores os resultados, mesmo que não haja aprendizagem, mas desde que se obtenham graus, diplomas ou certificados. A escola é instituição fundamental na manutenção das ideologias do consumo e do progresso e propagadora do mito de que o aprendizado só pode ser realizado na escola, valorizando mais a instrução e os métodos de quantificação do que a aprendizagem. Sendo o currículo uma mercadoria, por uma tendência típica do mercado, a escola procura aumentar incessantemente a sua “venda”. Diante dessa pauta, no presente trabalho, examina-se qual é, na actualidade, a extensão sócio- cultural do processo de escolarização, quais são suas particularidades e como se manifesta em diferentes realidades, por meio da comparação de visões de alguns pensadores e autores com pensamentos de realidades sociais distintas, com vistas a compreender o papel que atribuem à escola.
A educação na idade contemporânea
No desenvolvimento das humanidades novas e importantes transformações ocorreram entre os séculos XVII e XX que deram inicio ao que se chamou era contemporânea.
Foram factores motivadores a revolução industrial, o surgimento das novas ciências humanas, o nascimento de uma nova classe social, o proletariado formado por trabalhadores assalariados, o derrube do Estado Absolutista pela burguesia que passa a assumir o poder político e a separação entre o estado e a igreja.
A passagem da Idade Moderna para a Contemporânea na segunda metade do século XVIII é assinalada pela Revolução pela Revolução Burguesa que teve repercussões na educação como consequência da separação entre a igreja e o Estado que conduziram ao desenvolvimento dos sistemas públicos de educação.
Com o desenvolvimento industrial a escola passa a desenvolver