Trecho livro PEB
Apesar dos esforços de aproximação entre o Brasil e os outros países da região incluírem a criação do Mercosul em 1991 e o 1º Encontro de Chefes de Estado da America do Sul em 2000, a maioria dos analistas destacam que com o governo Lula a região foi alçada a um status de prioridade sem precedentes: “mais do que a circunstância do Brasil, a América do Sul é a referência para a inserção brasileira no mundo do século que se abre” (SANTOS, 2005, p. 19). Segundo Galvão (2009, p. 76): “coube ao governo Lula assumir a sul-americanidade como herança histórica e, gradativamente, institucionalizar a ideia de América do Sul por meio de discursos e ações”. Um dos exemplos dessa institucionalização foi a criação de uma Subsecretaria-Geral para América do Sul no Itamaraty e da Comunidade Sul-Americana de Nações (CASA)5, em Cuzco em 2004.
Apesar de constituir uma opção estratégica em relação a outros fóruns, a identidade sul-americana não possui um caráter excludente, pois: “ a) (...) não exclui laços bilaterais ou multilaterais com os outros países da América Latina, do continente americano ou do mundo, b) porque não exclui a pluralidade intrínseca à própria América do Sul e ao Brasil, cuja identidade é plural também” (GALVÃO, 2009, p. 71). Esse componente não excludente da identidade sul-americana irá atuar em benefício da política externa brasileira que, mesmo enfatizando o fortalecimento da América do Sul, não irá comprometer seu caráter universalista: “essa dimensão regional da diplomacia brasileira é complementada por uma vertente universalista. O que não deixa de refletir a natureza aberta, inclusiva, da nossa opção pela América do Sul”6. Cabe resssaltar que a diplomacia brasileira irá se destacar pela promoção de iniciativas de cooperação entre a América do Sul e os países árabes e os países do continente africano, simbolizada pelas cúpulas bi-regionais realizadas no período.
Seguindo a lógica apresentada anteriormente, durante o