Tratamento Restaurador Atraumatico
A remoção completa do tecido cariado foi, por muito tempo, considerada a estratégia ideal no tratamento de lesões de cárie dentinária, independente de sua extensão. Entretanto, especialmente em cavidades profundas, a remoção total da lesão de cárie pode resultar em exposição do tecido pulpar, o que requer tratamentos mais invasivos e manipulação direta deste tecido. Atualmente, a remoção parcial de cárie, objetivando a manutenção da integridade da polpa tem sido considerada como a terapia de escolha no tratamento de lesões profundas, desde que certos princípios de diagnóstico sejam respeitados. Procedimentos clínicos como capeamento pulpar indireto e tratamento restaurador atraumático, baseiam-se no mecanismo de defesa do complexo dentino-pulpar para alcançarem níveis de sucesso adequados. Realiza-se a remoção parcial de tecido cariado deixando-se apenas uma fina camada de dentina cariada na porção mais profunda da lesão (FRENCKEN, 1997).
Conseqüentemente, vários aspectos são importantes para a indicação e realização destes procedimentos, como o mecanismo de defesa do complexo dentino-pulpar frente à lesão de cárie, diagnóstico inicial, diferenciação dos tipos de dentina que compõe a lesão cariosa e os materiais indicados para aplicação sobre a dentina remanescente (PAGANI, 2007).
Segundo Frencken et al (1997), no “Manual de ART”, a técnica tem sido desenvolvida por causa de milhões de pessoas de países em desenvolvimento e grupos específicos
(refugiados e comunidades carentes), as quais são incapazes de obter tratamento odontológico convencional. A opção por instrumentos manuais foi feita justamente para tornar a técnica acessível a todos os grupos populacionais, além de causar menos trauma para os dentes e ter baixo custo frente ao equipamento elétrico. Concluíram que a limitação da dor reduz a necessidade de anestesia local, logo reduz o trauma psicológico dos pacientes, além de simplificar o controle de