Transtorno na Gestação
Epidemiologia
Apesar de a gestação ser tipicamente considerada um período de bem-estar emocional e de se esperar que a chegada da maternidade seja um momento jubiloso na vida da mulher, o período perinatal não a protege dos transtornos do humor.
Estima-se uma prevalência de depressão na gravidez da ordem de 7,4% no primeiro, 12,8% no segundo e 12% no terceiro trimestre (Bennett et al., 2004).
Nas adolescentes, foi verificada prevalência entre 16% e 44%, quase duas vezes mais elevada que nas gestantes adultas, o que pode estar relacionado à falta de maturidade afetiva e de relacionamentos dessas pacientes, bem como ao fato de grande parte delas terem que abandonar seus estudos em razão da maternidade (Szigethy e Ruiz, 2001).
A disforia no pós-parto (maternity blues) inclui sintomas depressivos leves e pode ser identificada em 50% a 85% das puérperas, dependendo dos critérios diagnósticos utilizados (Cantilino, 2003).
Um estudo com 1.558 mulheres detectou 17% das gestantes com sintomas significativos para depressão na gestação tardia, 18% no puerpério imediato e 13% entre a sexta e a oitava semanas do puerpério. O mesmo valor (13%) foi encontrado no sexto mês do puerpério (Josefsson et al., 2001).
Um outro estudo constatou valores oscilando entre 8,6% e 10,1% para o diagnóstico de depressão entre a 6ª e a 24ª semanas do puerpério (Boyce e Hickey, 2005).
Uma metanálise de 59 estudos mostrou uma estimativa de prevalência de depressão pós-parto da ordem de 13% (OHara e Swain, 1996).
A psicose puerperal é um quadro mais raro, e a incidência encontrada foi entre 1,1 e 4 para cada 1.000 nascimentos (Bloch et al., 2003).
Tipos de Transtornos
Transtornos psiquiátricos na gestação.
A ocorrência de sintomas psiquiátricos durante a gestação indica que a mãe possui uma sensibilidade maior para o desenvolvimento desses sintomas, seja por alterações metabólicas e hormonais associadas a fatores genéticos ou