Transtorno alimentar estudo de caso
APRESENTAÇÃO DO CASO
IDENTIFICAÇÃO
Nome: R. mulher de vinte e nove anos, casada, mãe de um filho e administradora.
QUEIXA PRINCIPAL
Obesidade.
ENCAMINHAMENTO
Realizado pelo endocrinologista, por suspeita de somatização.
HISTÓRICO DA DOENÇA ATUAL
A paciente relata ganho de peso (23 kg) em aproximadamente um ano.
HISTORIA PREGRESSA
R. sempre teve peso normal. Casou-se aos vinte e cinco anos, engravidou do primeiro filho aos vinte e seis anos, época em que teve um aumento de peso, considerado normal, e o qual conseguiu eliminar em seis meses. A paciente afirma que tem um bom relacionamento conjugal, gosta do filho, que atualmente tem três anos, e relata gostar do trabalho. Há aproximadamente um ano a trás, a paciente sofrera um aborto espontâneo. A paciente conta que no dia do aborto, teve relação sexual com o marido e que horas depois, no meio da noite, percebeu sangramento e foi a um hospital. Após R. ser examinada, o médico contou que ela havia sofrido um aborto. A paciente estava grávida de dois meses e o bebê era muito esperado por todos. Embora o médico tivesse dito que o aborto não tinha associação alguma com a relação sexual. Após o fato, R. iniciou compulsão alimentar, principalmente noturna.
RELATO DE VIDA
“Bom, nem precisa dizer o que vim fazer aqui, né? Já da pra ver, não dá? Sou gorda, e meu médico acha que além de gorda eu também tenho problemas mentais, só pode ser. Vai ver que tenho mesmo, com tanta coisa acontecendo em minha vida. Primeiro foi o aborto que tive. Não sei por que comigo. Tanta gente ruim nesse mundo, tanta gente que não quer ter filho e tem os bebês tudo certinho. O aborto não foi voluntário, Deus que me livre. Eu quando vi já tinha perdido. Também acho que foi culpa do M. (marido). Eu falei pra ele que não podia, que era melhor evitar, como evitei quando estava grávida do primeiro filho. Mas homem sabe como é, né? Ai a gente fez, horas depois veio o sangramento. Nossa como chorei.