transsexualidade
A cirurgia de resignação sexual tem sido considerada um componente importante do processo transexualizador, a ponto de ser incluída na agenda de saúde pública, e é reconhecida por parte do estado, a necessidade de regulamentação dos procedimentos de transgenitalização no Sistema Único de Saúde- SUS.
As primeiras intervenções cirúrgicas tinham como técnica a retirada da genitária feminina (neovagina), por meio de enxertos retirados das coxas, nádegas ou até mesmo do intestino, o que acabava por comprometer a sensibilidade da nova genitária (Hage, Karim, & Laub, 2007). No Brasil, a primeira cirurgia foi realizada em 1971 com grande sucesso, porem a cirurgia foi considerada mutiladora, o que atenta quanto ao Código Penal e o Código de
Ética Médica, vigentes na época, ocasionando dois processos para o cirurgião sendo um disciplinar junto ao Conselho Federal de Medicina. Desde então algumas mudanças importantes ocorreram, tanto no que tange as técnicas utilizadas na cirurgia como em relação a sua divulgação e presença na sociedade.
Em 2002, nova diretriz foi estabelecida por meio da resolução 1652, que revogou a norma anterior e que autorizava aos médicos a realizarem o tratamento cirúrgico após dois anos, período no qual o paciente deve contar com acompanhamento multiprofissional de médico psiquiatra, cirurgião, psicólogo, endocrinologista e assistente social. Nessa nova resolução também ficou estabelecido que cirurgias em mulheres transexuais poderiam ser realizadas fora do âmbito de pesquisa e em qualquer hospital, público ou privado. Entretanto, no caso de homens transexuais, a cirurgia ainda é restrita a hospitais- escola e tem caráter estrito de pesquisa (Arán et al, 2009).
Em estudo prévio buscamos delimitar, a partir de histórias de vida, a trajetória afetivo- sexual de mulheres transexuais e também delinear como se ordena seus padrões de interação e parcerias afetivos-sexuais. Interessou-nos analisar quais os significados que a