Transposição do Rio São Francisco
A transposição de parte das águas do rio São Francisco, por si só, não será capaz de levar água para 12 milhões de nordestinos, como se divulga desde 2007, quando as obras foram iniciadas.
A pior seca dos últimos 50 anos no semiárido da região Nordeste indica que estar ao lado do rio não significa necessariamente a certeza de abastecimento de água.
Levantamento da Folha a partir de dados do governo federal revela que metade dos 60 municípios nordestinos localizados às margens do rio São Francisco está em "situação de emergência" por causa da estiagem.
O paradoxo se explica de forma simples: não adianta ter água em abundância no município se não há adutoras e sistema de abastecimento para levá-la à população
Legenda: Obra da transposição do rio São Francisco no município de Floresta, em Pernambuco.
"Há uma carência histórica de acesso à água nos municípios. Mesmo às margens do São Francisco ainda temos cidades que não têm abastecimento universal", afirmou Eugênio Spengler, secretário de Meio Ambiente da Bahia.
Dos 24 municípios banhados pelo "Velho Chico" na Bahia, 23 têm a "situação de emergência" reconhecida pela Defesa Civil nacional.
Em "situação de emergência", o município pode, entre outros benefícios, fazer contratos sem licitação e solicitar recursos extras ao governo federal.
No interior da Bahia, somente metade da população rural tem acesso à água tratada, segundo Spengler.
Referência: www.folha.uol.com.br
Transposição do São Francisco não rende ainda uma gota d’água em Pernambuco
Alvo de muita polêmica, idealizada nos tempos do Império (o primeiro projeto data de 1847), a transposição do Rio São Francisco, em implantação desde 2007, lembra hoje uma quilométrica passarela de retalhos na qual faltam costura e pedaços de tecido. Aguardada por quatro estados do Nordeste que amarga a maior seca dos últimos 40 anos, aquela que seria a rendição de 12 milhões de sertanejos não passa de um