Transposição do RIo São Francisco
Antes de iniciar a principal analise a que o presente estudo se propõe, qual seja, as vantagens e desvantagens econômicas, sociais e ambientais do projeto de transposição do rio São Francisco, fez-se necessário a exposição de alguns aspectos técnicos e naturais que motivariam, ou não, esta ampla, relevante e delicada mudança. A ssim, para que se comece a entender a dimensão deste tão temido desígnio de transposição, atualmente gerido através do Projeto de Integração do São Francisco, sob responsabilidade do Ministério da Integração Nacional, e que inclui o Programa de Revitalização Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (PRSF), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, parte-se então dos seguintes apontamentos:
1) O Nordeste brasileiro representa 18,7% do território nacional, região onde vivem 28% de toda a população do Brasil e para os quais há apenas 3% da disponibilidade de água do país.
2) 60% da região Nordeste estão em área vulnerável ao fenômeno natural da secas. O rio São Francisco representa 70% de toda a oferta regional de água.
3) A seca se concentra na área com parte de oito estados nordestinos (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe). Suas principais causas são naturais, pois a área recebe pouca influência de massas de ar úmidas e frias vindas do sul, permanecendo durante muito tempo, no sertão nordestino uma massa de ar quente e seco, com escassa ocorrência de chuvas durante o ano.
4) Os quatro Estados, CE, RN, PB e PE dispõe de uma reserva permanente de água subterrânea de 1,18 trilhões de m³ sendo uma parcela de 7,08 bilhões de m³/ano passível de explotação.
5) As recargas anuais dos aqüíferos (reservas renováveis) somam 4,736 bilhões de m³ (aqüíferos sedimentares mais cristalinos).
6) O nordeste tem uma diversidade climática causal de três tipos de zonas agrícolas: a zona da Mata (com clima quente e