Transportes
“Durante uma era glacial muito remota, quando parte do globo terrestre estava coberto por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram, indefesos, por não se adaptarem às condições de um clima hostil. Aí uma grande manada de porcos espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se unir, ajuntando-se mais e mais. Cada um podia sentir o calor do corpo do outro e, todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se, reunindo condições para enfrentar por mais tempo aquele inverno tenebroso.
No entanto, não aguentaram viver assim por muito tempo: os espinhos de seus corpos começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que mais lhes forneciam o calor vital. Por isso, afastaram-se feridos, magoados, sofridos. Dispersaram-se por não suportar mais tempo os espinhos de seus semelhantes. Afinal, doíam muito…
Mas logo perceberam que essa não foi a melhor solução. Afastados, separados, começaram a morrer. Os que não morreram voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com jeito, com precauções, de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro, mínima, mas o suficiente para conviver sem ferir, para sobreviver sem magoar, sem causar nenhum dano recíproco. Resultado: suportaram-se, resistindo à era glacial. E o mais importante: sobreviveram”.
Schopenhauer
É fácil trocar palavras, difícil é interpretar o silêncio!
É fácil caminhar lado a lado, difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto, difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos, difícil é reter seu calor!
É fácil sentir o amor, difícil é conter sua torrente!
“Todos nós somos anjos de uma asa só e, para voarmos, precisamos estar abraçados uns aos outros”
Antônio Carlos Caio Viegas